Ruído No Trabalho

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Trabalhar num ambiente barulhento pode representar uma série de riscos para os trabalhadores. O efeito de saúde mais comum da exposição ao ruído excessivo é a perda auditiva. Com o tempo, a exposição a ruídos altos pode danificar as delicadas estruturas do ouvido interno, levando à perda auditiva, zumbido (zumbido nos ouvidos) e outros distúrbios auditivos. Em casos graves, esta perda pode ser permanente e pode ter um impacto significativo na qualidade de vida do indivíduo.

A exposição a ruídos altos também pode ter efeitos não auditivos nos trabalhadores, como aumento da pressão arterial, stress e fadiga. Estes efeitos podem levar a uma série de outros problemas de saúde, incluindo doenças cardiovasculares, distúrbios musculoesqueléticos e distúrbios do sono. Além disso, o ruído pode interferir na comunicação e concentração, levando a acidentes e erros no trabalho.

Existem várias medidas que podem ser tomadas para reduzir os riscos associados ao trabalho em um ambiente ruidoso. Isto inclui soluções de engenharia, como isolar máquinas barulhentas, e soluções administrativos, como implementar períodos de silêncio ou rotacionar trabalhadores para reduzir sua exposição geral ao ruído. Equipamentos de proteção individual (EPI), como tampões ou protetores auriculares, também podem ser usados para reduzir a exposição dos trabalhadores ao ruído.

Os empregadores têm a obrigação legal de proteger os trabalhadores dos riscos associados à exposição ao ruído. Em Portugal existem padrões para exposição ocupacional ao ruído que especificam os níveis máximos permitidos de ruído e as ações necessárias que os empregadores devem tomar para proteger os trabalhadores. Não é permitida, em situação alguma, a exposição pessoal diária ou semanal de trabalhadores a níveis de ruído iguais ou superiores a 87 dB(A) ou a valores de pico iguais ou superiores a 140 dB(C). Os empregadores são obrigados a avaliar os riscos de exposição ao ruído no local de trabalho e implementar métodos adequados para proteger os trabalhadores e reduzir a exposição ao ruído no local do trabalho.

Os trabalhadores expostos a níveis de ruído elevados devem receber formação sobre os riscos da exposição ao ruído e o uso adequado dos EPIs. Eles também devem fazer testes auditivos regulares para monitorar sua saúde auditiva e receber tratamento médico adequado, se necessário.

 

OBRIGAÇÕES DAS ENTIDADES PATRONAIS

1. Avaliação dos riscos:

Nas atividades suscetíveis de apresentar riscos de exposição ao ruído, o empregador deve avaliar e, se necessário, medir os níveis de ruído a que os trabalhadores se encontram expostos. A avaliação de riscos deve ser efetuada com uma periodicidade mínima de um ano, sempre que sejam alcançados ou ultrapassados os níveis de ação superiores (LEX,8h = 85 dB(A) e LCpico = 137 dB(C)). Deve ainda ser atualizada sempre que se introduzam alterações significativas nos processos produtivos.

 

2. Redução da exposição:

De acordo com os princípios gerais de prevenção dos riscos, a entidade empregadora deve utilizar todos os meios disponíveis para conseguir eliminar na origem ou reduzir ao mínimo possível os riscos associados ao ruído no local de trabalho.

 

3. Proteção individual:

Em todas as situações em que não seja possível reduzir a exposição ao ruído através das medidas anteriormente referidas, o empregador deve garantir a disponibilidade de equipamentos de proteção individual, sempre que seja ultrapassado um dos valores de ação inferiores, e assegurar a efetiva utilização do equipamento.

 

Conclui-se que trabalhar em ambiente ruidoso pode trazer diversos riscos à saúde e segurança do trabalhador. A exposição a ruídos altos pode causar perda auditiva entre outros problemas de saúde, além de interferir na comunicação e na concentração. Os empregadores têm a obrigação legal de proteger os trabalhadores desses riscos e devem tomar as medidas adequadas para reduzir a exposição ao ruído no local de trabalho.